Rev. Estanislau Barros

Ao abrigo do Programa de Reconhecimento de Elevado Mérito Cívico, Cultural, Social e Religioso promovido pelo Seminário Teológico Internacional (Portugal), o Rev. Estanislau Barros, responsável máximo da Igreja Evangélica de Angola, defendeu perante um júri a sua tese de doutoramento em Teologia, no passado dia 8 de Dezembro, cumprindo assim as provas de candidatura requeridas.

A sessão pública decorreu em videoconferência, tendo o candidato sido aprovado com a classificação final de Muito Bom (16 valores). A sua investigação intitulava-se “Análise do impacto da Missão Integral na Igreja Evangélica de Angola (1898-2020): contributo para redescobrir e revitalizar a visão e as estratégias missionárias de Mateus Zacarias Stober”.

Este programa funciona apenas por convite e destina-se a promover o reconhecimento público de cidadãos de elevado e reconhecido mérito, como é o caso do Rev. Barros, cidadão angolano cujo currículo e história de vida falam por si.

Conselho Mundial de Igrejas apela à “prioridade absoluta à protecção da vida”

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Foto: Albin Hillert/WCC

Em carta pastoral dirigida às Igrejas filiadas ao Conselho Mundial de Igrejas e organizações ecumênicas, o secretário geral do CMI, Rev. Dr. Olav Fykse Tveit, e a moderadora, Dr. Agnes Abuom, apelam a dar prioridade absoluta “a fazer tudo o que podemos para proteger a vida”. Este é um tempo “de tocar os corações uns dos outros pelo que dizemos, pelo que compartilhamos, pelo que fazemos (e pelo que não fazemos) para proteger a vida que Deus tanto ama.”

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Covid-19: Aliança Evangélica Mundial pede que se repense a relação com a natureza

WEA

Com base na pandemia de Covid-19, o Centro de Sustentabilidade da Aliança Evangélica Mundial (WEASC), com sede em Bonn (Alemanha), está exigindo um repensar fundamental da nossa relação com a natureza. Como parte da campanha global cristã “Renove o Nosso Mundo”, o WEASC publicou uma declaração a exigir, entre outras coisas, uma regulamentação mais forte do comércio global de produtos da vida selvagem: “A pandemia Covid-19 pode ser um verdadeiro abridor de olhos e corações”, disse Matthias K. Boehning, diretor do WEASC, “se lermos os sinais dos tempos”. 

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Maria Madalena deixa de ser prostituta e passa a líder feminista

O campo arqueológico da antiga localidade de Magdala © DR

 

 

A diretora do Instituto Magdala de Israel não tem dúvidas que Maria Madalena foi “uma mulher de posses, muito influente e chave” na vida de Jesus. Jennifer Ristine faz uma releitura de uma protagonista histórica quem em 591 o papa Gregório Magno denegriu ao ratificar o seu estatuto com a qualificação de “prostituta” e que séculos depois, em 2016, o atual papa Francisco recuperou da maledicência ao dar-lhe o estatuto de santidade, ou seja o mesmo nível dos apóstolos.

Jennifer Ristine faz estas afirmações no livro que regista a sua investigação em torno de Maria Madalena e da antiga cidade de Magdala, publicado em julho, intitulado Maria Madalena: perceções a partir da antiga Magdala. A grande questão que o livro de Jennifer Ristine vem colocar é a de se Maria Madalena era ou não adúltera. A autora contrapõe que essa qualificação pode não estar correta e que a seguidora de Jesus era “uma mulher de posses que vivia numa terra rica”, situação que Ristine, apoiada nas releituras bíblicas face aos achados arqueológicos na cidade de Magdala, permite rever o perfil de quem sempre foi conotada com a prostituição.

Para Jennifer Ristine, Maria Madalena é mais um exemplo de liderança feminista, incompreendida nos tempos antigos. Daí que diga: “Maria Madalena foi uma mulher influente tanto a nível económico como social”. Especifica a sua teoria: “A nível económico, porque era uma mulher com posses; a nível social, porque, vivendo numa sociedade religiosa que a restringia, foi capaz de ultrapassar essas fronteiras e tornar-se uma seguidora de Jesus.” Ou seja, conclui Jennifer Ristine que Maria Madalena é “um modelo de liderança [feminina] para as mulheres naquela época.”

A investigadora baseia-se no resultado das escavações realizadas nos últimos anos naquela que se crê ser a terra natal de Maria Madalena, a atual localidade israelita de Migdal e antiga Magdala, onde Jennifer Ristine é diretora do instituto que, entre outras ocupações, reabilita o nome da ex-mulher adúltera. O livro, que a imprensa espanhola já deu destaque, reúne muitas dessas novas provas retiradas do subsolo da região, colocando Migdal como um “antigo povoado próspero na indústria pesqueira no tempo de Maria Madalena”.

A autora também inclui uma nova leitura de muitas das referências bíblicas e históricas ao longo dos tempos, documentação que segundo Jennifer Ristine proporciona uma nova visão de uma figura que sempre foi incluída do círculo mais íntimo do fundador do Cristianismo. Principalmente, desde o momento em que foi descoberta uma antiga sinagoga do século I naquele que será o antigo povoado onde nasceu Maria Madalena.

As escavações tiveram início na década de 1970 mas foi já neste século, em 2009, que os Legionários de Cristo adquiriram uma propriedade na região e reforçaram os trabalhos arqueológicos onde, segundo Jennifer Ristine, tiveram a sorte de descobrir na parte norte da antiga localidade pesqueira no interior da sinagoga uma peça com a representação em pedra de um templo de Jerusalém, em que surgiam motivos como os banhos rituais de purificação, um porto e cenas da vida doméstica. A famosa Pedra de Magdala segundo referem os arqueólogos.

É através deste achado que a diretora do Instituto Magdala considera que se pode refazer em muito a imagem errada de Maria Madalena perante a História, alegadamente a primeira mulher a ver Cristo após a ressurreição, e a quem o Papa Gregório Magno definiu como sendo a mulher que no evangelho de Lucas surge como sendo a pecadora de quem foram “expulsos os sete demónios” que representavam “todos os vícios”. Ristine faz questão de imputar também culpa para esta impressão histórica desta interpretação de Maria Madalena aos judeus, recordando que no Talmude se encontram referências a uma “Miriam Megaddlela”, também conotada com a prostituição.

Enquanto o livro de Jennifer Ristine começa a ser conhecido em todo o mundo, continuam as escavações arqueológicas na propriedade que os Legionários de Cristo. A autora considera que ainda há muitas descobertas para fazer na cidade onde Maria Madalena nasceu, o que poderá refazer de forma mais real a sua biografia. A importância destas descobertas arqueológicas é também referendada pelo editor do site Aleteia, John Burger, autor de vários trabalhos em revistas católicas, entre elas na da Arquidiocese de Nova Iorque, num artigo em que considera haver novas provas sobre a conduta de Maria Madalena devido às descobertas em Magdala.

Para John Burger, os investigadores e académicos vão poder reformular a identidade de Maria Madalena com as descobertas em Israel. Considera que a informação sobre as suas posses financeiras permitem afirmar que era uma das mulheres que “suportavam financeiramente Jesus”, referência que existe no Evangelho de Lucas.

Maria Madalena seria cidadã de uma cidade em que a indústria pesqueira era uma grande fonte de riqueza para a população, tanto que etimologicamente o nome grego da povoação era Magdala Tarichaea, que se pode traduzir como a “cidade onde se salgava o peixe” e uma das localidades mais importantes da Galileia neste setor económico. John Burger socorre-se no seu artigo no site Aleteia de um pormenor histórico que é a explicação da estudiosa da Bíblia Tina Wray, da Universidade Salve Regina de Newport: “Magdala era a maior cidade da Galileia” e as escrituras sagradas suportam a premissa da influência de Maria Madalena.” Acrescenta: “Quando era mencionada uma cidade relacionando-a com uma mulher na Bíblia, significava por norma que essa mulher era rica ou de estatuto social elevado. Ou seja, há evidências de que era uma mulher de posses.”

A estudiosa da Bíblia vai mais longe: “Acredito que Maria Madalena era uma viúva idosa e rica que servia Jesus como companheira, confidente e amiga. O facto de ter estado presente nos momentos mais importantes, como a crucificação e ressurreição, demonstra que era uma discípula corajosa e sempre presente”, ou seja, acrescenta, “um apóstolo de confiança” para Jesus.

Para John Burger, as contínuas descobertas arqueológicas financiadas pelas universidades Anáhuac e Autónoma do Mexico e a Autoridade Israelita das Antiguidades, só vêm dar consistência às teses do Instituto. No mesmo site da Aleteia, conta-se a história desta cidade e explica-se como as descobertas arqueológicas na sinagoga são importantes para a reinterpretação da história de Maria Madalena, bem como de Cristo. Designadamente o achado da Pedra de Magdala, considerada pelos peritos como uma das mais excecionais descobertas religiosas dos últimos 50 anos.

Fonte: DN.

Do profissionalismo na adoração

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“Acho engraçado observar como algumas igrejas abandonaram cuidadosamente todos os sinais de profissionalismo na adoração – togas, procissões, organistas e coisas assim – para substituí-los por novos modelos de adoração que exigem o mesmo nível de profissionalismo, em termos de pessoal competente para cuidar do sistema de som, da iluminação, da projecção multimédia e assim por diante. Não há nada errado nisso. Tudo pode e deve ser feito para a glória de Deus. Porém, afirmar que os estilos de adoração mais antigos seriam, de algum modo, menos ‘espirituais’, e que a adoração electrónica moderna seria, de algum modo, mais digna, é puro preconceito cultural e sempre que surgir deve ser recebido com alegres gargalhadas.”

In: N. T. WRIGHT. Surpreendido pela Esperança. Viçosa MG: Ultimato, 2009, p. 277, via Canto do Jo.

China arrasa centenas de igrejas cristãs e prende crentes

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Associated Press.

 

As reformas implementadas por Xi Jinping procuram reforçar a lealdade ao partido e reduzir a importância da religião na vida dos chineses

O partido comunista chinês tem intensificado as medidas de repressão à liberdade religiosa no país. De acordo com o Mail Online, nos últimos meses, na península de Henan – uma das províncias com mais cristãos – as autoridades invadiram e destruíram centenas de igrejas cristãs, confiscaram bíblias e detiveram crentes.

Guo, lojista de 62 anos, viu em Março a sua igreja ser destruída por uma dúzia de polícias. Os agentes obrigaram que fosse removida a cruz da igreja, um quadro da Última Ceia e outro com um verso da bíblia. Exigiram também que todos os serviços da instituição parassem. Guo e outros vizinhos estão na linha da frente de protesto para que o governo restabeleça a liberdade religiosa.

“O presidente chinês tem medo que a fé das pessoas interfira com a lealdade ao partido e, acima de tudo, ao próprio Xi Jinping, presidente da China”, esclarece Willy Lam, um especialista em política chinesa da Universidade de Hong Kong. Peritos e activistas dizem que esta supressão de liberdades, levada a cabo pelo presidente, é o maior atentado à liberdade de fé no país desde 1982, ano em foi inscrita na constituição do país a liberdade religiosa.

Xi Lian, estudante de Cristianismo na Universidade de Duke, na China, relata: “Os líderes chineses sempre tiveram suspeitas da ameaça que o cristianismo representa ao regime comunista. Com Xi no poder, o medo de infiltração da cultura Ocidental aumentou bastante, como já não víamos há muito tempo”.

Em Novembro, os cristãos de uma cidade rural, na província de Jinngxi, foram persuadidos a trocarem os posters de Jesus Cristo em casa por retratos de Xi Jinping. As autoridades estão a adoptar uma atitude mais “dura” devido a uma nova reforma, afirma Qi Yan, membro do comité municipal do partido: “A medida destina-se às famílias cristãs pobres. Nós educamo-las que devem acreditar na ciência e no partido, e não em superstições”.

Numa conferência sobre religião, em 2016, o presidente chinês falou abertamente sobre o combate à fé: “Temos de nos defender das infiltrações externas através da religião. Aqueles que resistirem pagam o preço”. Algumas das pessoas que se recusaram a obedecer às autoridades foram despedidas e despejadas das casas que alugaram, por causa da intimidação da polícia aos patrões e senhorios.

Na capital da província de Henan sobra apenas uma igreja, mas que tem os vidros estilhaçados e as paredes destruídas. Agentes da polícia apareceram sem aviso e armados com serras eléctricas. Demoliram a igreja, apreenderam bíblias e detiveram alguns jovens crentes.

Noutras zonas da China as práticas religiosas também são estritamente controladas. Em Xijiang, uma região onde as pessoas são maioritariamente muçulmanas, milhões foram reprimidas e torturadas pelas autoridades para prevenir potenciais movimentos separatistas. Antigos presos revelaram que, enquanto estiveram detidos nos “campos de reeducação política” do governo, foram abusados fisicamente e mentalmente.

De acordo com a Global Times, no final de Julho, crianças com trajes tipicamente budistas foram obrigadas a assinar um acordo para não participarem em actividades religiosas durante as férias de Verão. Na terça-feira, dia 7 de Agosto, os meios de comunicação oficiais do governo anunciaram que todas as instituições religiosas têm de hastear a bandeira chinesa. O objectivo é reforçar o respeito de toda a gente pela bandeira nacional do país.

Fonte: Sábado.

Morreu o “pai” da primeira tradução da Bíblia interconfessional em Portugal

Augusto Esperança era pastor da Igreja Presbiteriana e dirigiu durante anos a Sociedade Bíblica Portuguesa, que sob a sua direção iniciou uma colaboração com biblistas católicos.

 

Augusto Esperança, pastor presbiteriano, morreu a 5 de agosto de 2018. Foto: ReligionlineAugusto Esperança, pastor presbiteriano. Foto: Religionline

 

Morreu no passado dia 5 de Agosto o pastor presbiteriano Augusto Esperança, aos 90 anos de idade.

Augusto Esperança foi presidente da Aliança Evangélica Portuguesa entre 1967 e 1969, mas foi na direção da Sociedade Bíblica de Portugal (SBP) que desenvolveu o seu trabalho mais marcante.

A SBP começou por ser o ramo português da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, mas sob a direcção de Augusto Esperança autonomizou-se, adoptando o novo nome. Nesse contexto conseguiu adquirir uma sede para a organização e abrir uma livraria.

Foi também por sua iniciativa que se formou uma comissão de biblistas católicos e protestantes que acabaria por desenvolver uma nova versão da Bíblia em português. Foi a primeira tradução dinâmica em linguagem corrente e uma das primeiras interconfessionais em todo o mundo.

Até hoje, esta versão da Bíblia continua a ser a única produzida por uma comissão mista de protestantes e católicos em Portugal.

O funeral de Augusto Esperança realiza-se na quarta-feira, 8 de agosto, às 10h na Igreja Presbiteriana de Lisboa, em Campo de Ourique, para onde segue ainda esta terça-feira, a partir das 17h.

Fonte: Rádio Renascença.

Papa muda catecismo: pena de morte passa a ser inadmissível

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Francisco muda os ensinamentos do catecismo sobre pena de morte. Texto original era de 1992 e admitia pena de morte em casos de “extrema gravidade”

 

A partir de hoje a igreja católica considera a pena de morte “inadmissível” em todos os casos. Um texto publicado em 1992 no catecismo defendia esta prática em casos de “extrema gravidade”.

O Papa Francisco autorizou agora a mudança ao número 2267 do catecismo, passando a posição da igreja católica a ser de que “a pena de morte é inadmissível, porque atenta contra a inviolabilidade e dignidade da pessoa”.

Na nota divulgada pela Santa Sé, na sua página da internet, explica-se que “durante muito tempo, considerou-se o recurso à pena de morte por parte da autoridade legítima, depois de um processo regular, como uma resposta adequada à gravidade de alguns delitos e um meio aceitável, ainda que extremo, para a tutela do bem comum”.

No entanto, a igreja admite agora a pessoa não perde a dignidade “mesmo depois de ter cometido crimes gravíssimos”. E que “foram desenvolvidos sistemas de detenção mais eficazes, que garantem a indispensável defesa dos cidadãos sem, ao mesmo tempo, tirar definitivamente ao réu a possibilidade de se redimir”.

Francisco tinha pedido, em outubro de 2017, para que se alterasse este ensinamento de forma a refletir “a consciência cada vez mais clara na Igreja do respeito devido a toda a vida humana”, recorda a agência Ecclesia.

Também João Paulo II já tinha incluído uma observação, em 1997, para dizer que eram casos “muito raros e praticamente inexistentes”.

Fonte: Diário de Notícias.